O Relato a seguir é sobre um desses assustadores acontecimentos!!
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Aquele dia foi mais um daqueles cuja temperatura subiu além do que as pessoas poderiam suportar.
Era final de tarde, eu acabara de chegar à empresa, após a última locação.
Era por volta de 17h50min. E para minha surpresa não havia mais ninguém na empresa, então coloquei o carro na garagem onde descarregamos os aparelhos, sendo que até o local onde guardamos as maquinas há um corredor.
Desci o aparelho do carro e fui empurrando.
Passei pela pequena copa e sua porta de vidro estava fechada, mas mesmo com a luz apagada a luminosidade da rua deixava ver no seu interior.
Ali existe uma geladeira, que apesar de seminova, faz um barulhinho chato, e no alto a direita fica o antigo microondas, o qual parece mais uma daquelas caixas de isopor onde os pescadores colocam os peixes pescados durante o dia, e também a minúscula pia e a sua frente uma mesinha de armar fixa na parede.
No final do corredor, fica a recepção da clínica.
Na parede, ao lado da porta de entrada, uma TV de 29'' fica presa ao seu suporte, e ao seu lado há uma mesinha redonda de canto, um vaso de vidro, que quando está com flores, as mesmas não duram muito porque o ar condicionado as destrói rapidamente, e à sua frente há um conjunto de sofá, muito confortável.
Do lado esquerdo está o balcão da recepção e em frente a ela a porta do escritório da empresa, e nesse dia ela também estava fechada.
A minha frente na sala do café existe uma mesinha redonda com duas poltronas muito confortáveis, e do lado esquerdo da sala há uma peça em ferro trabalhado com um tampo de vidro de quatro cm temperado, onde fica a máquina de café, os sachês de chá, açúcar e as xícaras e copos descartáveis.
Em frente fica a sala dos motoristas aonde acondicionamos os equipamentos, e quando estão todos lá, os motoristas tem que procurar outro lugar para ficar.
Bem, após fazer todas as anotações de praxe fui tomar um café.
Nossa máquina de fazer café é bem barulhenta, sendo que costumo colocar um pouco de água a mais para que o café fique mais fraco, e fica muito delicioso.
Eu estava com o copo nas mãos, acionei o botão da água, mas algo chamou minha atenção.
No sofá, abaixo do ar condicionado, havia uma entidade sentada, pernas cruzadas, as mãos estendidas como se estivesse lendo um jornal.
Fiquei por algum tempo só observando todo arrepiado, e somente saí do transe quando senti que algo molhava meus pés.
Acionei a água e não coloquei o copo, transbordou o recipiente a frente da máquina, eu o retirei e me dirigi ateé a copa.
Ao passar ao lado do sofá, a entidade virou o rosto em minha direção, depois, voltou a olhar para frente.
Minhas pernas amoleceram e eu quase caí.
Ao chegar à copa, um vento frio começou a soprar, então olhei para fora e o tempo estava fechado.
Fazia tempo que não chovia, e pelo jeito seria uma daquelas. Levando-se o tempo sem chuva, seria um diluvio.
Joguei a água do recipiente fora e voltei para coloca-lo no lugar.
Quando sai da copa, aquela entidade estava de pé em frente à TV, de costas para mim.
Então fui rápido, coloquei tudo no lugar, nem tirei o café para mim e saí de lá rapidamente.
Quando cheguei à garagem, os pingos de chuva estavam a cair espaçados, mas depois foi se tornando mais forte.
O telhado lá da garagem é de zinco, e a chuva foi se tornando mais e mais forte, sendo que o barulho estava ensurdecedor, parecia um tiroteio, era granizo... Sim era granizo que caia.
O corredor depois de quinze minutos, estava branco, eu nunca tinha visto tanto granizo assim.
D repente aquela entidade passou por mim e esbarrou em meu braço. Ele estava muito, muito, mas muito gelado.
Então se dirigiu até o portão no meio daquele tiroteio de granizo.
Na chuva a sua silhueta ficou mais visível, o contorno do seu corpo ficou muito mais nítido.
Ele ficou lá por um tempo com a cabeça voltada para o céu como se esperasse por algo.
De repente ele estendeu as mãos para o céu e uma luz muito fraca envolveu o seu corpo.
Por um momento ele voltou seu rosto em minha direção e com a mão direita levou-a em direção à testa e fez um gesto como se batesse continência para mim.
Devolvi o gesto, e no mesmo instante ele não estava mais lá.
Não tenho ideia do que era ou de quem era ou que tenha sido, espero que esteja em bom lugar, que assim seja.
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Helius Paulus - Brasil |
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